Helicobacter pylori : diagnóstico, tratamento e prevenção

A Helicobacter pylori conhecida como H. pylori, é um tipo de bactéria que infecta o revestimento do estômago e é uma das principais causas de úlceras pépticas e gastrite crónica e pode contribuir para o desenvolvimento de cancro gástrico. Entender as últimas tendências relativas a sintomas, tratamentos e prevenção de infecções por H. pylori é crucial tanto para os profissionais de saúde quanto para o público. Conteúdo reservado a profissionais. Inicie sessão Este artigo aprofunda o estado atual da gestão da H. pylori, do diagnóstico às opções de tratamento e estratégias de prevenção. Identificar os sintomas da infecção por H. pylori A infecção por H. pylori pode ser assintomática para muitos indivíduos, mas quando os sintomas ocorrem, poderão incluir: Ardor ou dor de estômago Dor abdominal que piora quando o estômago está vazio Náuseas Perda de apetite Eructações (arrotos) frequentes Inchaço Perda de peso Testagem e diagnóstico da H. pylori A deteção e o diagnóstico precoce e preciso da infeção por H. pylori são vitais para um tratamento eficaz. Vários tipos de teste estão disponíveis, cada um com sua aplicação e adequação específicas. Teste respiratório de ureia para H. pylori: Este teste não invasivo deteta a presença de H. pylori medindo a quantidade de dióxido de carbono na respiração após beber uma solução de ureia. É altamente sensível e específico para infeções ativas. É útil tanto para o diagnóstico inicial quanto para confirmar a erradicação da bactéria após o tratamento. Teste de antígeno fecal para H. pylori: Este teste procura antígenos de H. pylori em amostra de fezes. Também é útil tanto para o diagnóstico inicial como para confirmar a erradicação da bactéria após o tratamento. (ver uso profissional e autoteste). Teste de sangue para H. pylori (serológico anticorpos): Os exames de sangue podem detectar anticorpos para H. pylori, indicando infeção passada ou presente. No entanto, não conseguem distinguir entre uma infecção ativa e uma anterior. A serologia deixou de ser recomendada porque não detecta infeção ativa, estando contra-indicada no controlo da terapêutica de erradicação; deverá ser apenas usado como um teste indireto – para estudos epidemiológicos. Algoritmo de diagnóstico Um Algoritmo de Diagnóstico completo para H. pylori normalmente poderá envolver o uso de testes não invasivos, como o teste respiratório de ureia e o teste de antígeno fecal como diagnósticos de primeira linha. Estratégias de Tratamento da H.pylori Tratamento da H. pylori A principal abordagem para tratar a H. pylori envolve uma combinação de antibióticos para matar as bactérias (bactericida) e medicamentos redutores de ácido para reduzir o ácido estomacal, facilitando a cura. O regime mais comum é a terapia tripla, que inclui dois antibióticos (por exemplo, claritromicina e amoxicilina) e um inibidor de bomba de prótons (IBP) entre 7 a 14 dias. A terapia quádrupla, que adiciona bismuto à mistura, pode ser usada como um tratamento de segunda linha ou em regiões com alta resistência a antibióticos. É importante seguir o plano de tratamento prescrito e tomar todos os medicamentos conforme as instruções. Em alguns casos, mais de uma rodada de tratamento (antibióticos) é necessária para cuidar da infeção. Considerações sobre resistência A resistência aos antibióticos é uma preocupação crescente no tratamento da H. pylori. Adaptar a terapia antibiótica com base em padrões de resistência locais ou após tratamento inicial mal sucedido torna-se cada vez mais importante. Insights sobre prevenção Prevenir a infecção por H. pylori é desafiador devido à sua presença generalizada e rotas de transmissão pouco claras. As recomendações gerais incluem: Praticar boa higiene das mãos Garantir a segurança dos alimentos e da água Evitar contacto direto com saliva ou matéria fecal de indivíduos infetados Vacinas contra H. pylori A pesquisa de vacinas para H. pylori está em andamento, com a esperança de reduzir no futuro a incidência de infeção e as suas doenças associadas. Conclusão O cenário da gestão da H. pylori está em evolução, com avanços em métodos de diagnóstico, regimes de tratamento e estratégias de prevenção. A deteção precoce e precisa por meio de testes de H. pylori é essencial para a sua gestão eficaz e a redução do risco de complicações. À medida que a investigação continua em desenvolvimento, novos insights prometem refinar a nossa abordagemno combate a essa infecção bacteriana comum, mas consequente, procurando melhores resultados para os doentes e, consequentemente, a prevenção de doenças associadas a H. pylori.
Consumo de drogas ilícitas ao longo da vida aumentou mais de 60% em Portugal

expresso.pt O consumo de substâncias psicoativas ilícitas ao longo da vida em Portugal subiu mais de 60% desde 2001, situando-se a prevalência em 2022 abaixo da média registada pelo conjunto dos países europeus, revela um estudo hoje divulgado. “Entre 2001 e 2022, a prevalência ao longo da vida, para qualquer substância psicoativa ilícita, passa de 7,8% para 12,8%”, referem os dados que espelham a mais recente informação sobre o uso de substâncias ilícitas, lícitas, jogo e ecrã. Promovido pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), o V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral foi iniciado em 2001, tendo sido replicado em 2007, 2012, 2016/17 e em 2022, sob a responsabilidade de uma equipa de investigação do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa, constituída por Casimiro Balsa, Clara Vital e Cláudia Urbano. Sobre este aumento da prevalência ao longo da vida, para qualquer substância psicoativa ilícita, os investigadores explicam: “Mesmo quando os hábitos de consumo se mantêm estáveis, a prevalência tende a aumentar pelo facto de, a cada aplicação [do inquérito], retirarmos da amostra um grupo etário que não tinha nenhuma relação com substâncias ilícitas — os mais velhos — e o substituirmos por um grupo, os mais jovens, que a passa a ter”. Nos 20 anos de recolha, as mulheres passam de uma prevalência de 4% para 7,4% e os homens de 11,7% em 2001, para 18,6% em 2022, revela o inquérito, que tem uma amostra de 12.000 pessoas, representativa da população entre os 15 e os 74 anos, por região, por sexo e por idades. Estes valores aumentam quando se isola a população dos jovens adultos (15-34 anos), com o consumo das mulheres a passar de 7% em 2001, para 9,6% em 2022, enquanto o consumo dos homens passa de 18,2% para 21,8%. “Com esta evolução, continuamos, como no início do milénio, com níveis de consumo abaixo dos registados no conjunto dos países europeus”, salienta o estudo, que é apresentado hoje num evento no SICAD, em Lisboa. Com o tema “Conhecer a realidade para intervir com qualidade”, o evento antecipa as comemorações do Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico ilícito de Drogas, que se assinala em 26 de junho. O estudo fez uma comparação no plano internacional do consumo de canábis, cocaína, anfetaminas, ‘ecstasy’ e LSD com base na prevalência dos consumos dos últimos 12 meses e tendo como referência os valores disponibilizados para 30 países europeus pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência. A canábis, substância ilícita com maiores prevalências de consumo, apresenta um valor máximo de cerca de 11% (Chéquia e França) e médio de 5,7% no conjunto dos países, estando Portugal, com uma prevalência de 2,8%, na 24ª posição. Relativamente ao consumo de cocaína, que na Europa tem uma prevalência média de 0,4%, Portugal encontra-se em 26.º lugar, com uma prevalência de 0,2%, e no consumo de anfetaminas a prevalência é inferior a 0,1%, sendo a média para os 27 países europeus que apresentam informação para esta substância de 1,4%. No caso do ecstasy, para uma média de 0,9% entre os 29 países que apresentam dados para este indicador, Portugal apresenta uma prevalência de consumo de 0,1%, a mais baixa de todas, a par com a Turquia. O consumo de LSD apresenta um valor médio de 0,4% para o conjunto dos 27 países que apresentam valores para este indicador, estando Portugal entre os países com menores prevalências (0,1%), a par da Bulgária, Chipre, Hungria, Itália, Lituânia e Luxemburgo.